quinta-feira, 29 de maio de 2008

CiVViva Tai Chi Chuan no quintal da Casa das 11 Janelas

A trama

Há uma época do ano em que o sol demora um pouco para escalar os prédios e aparecer em algumas áreas urbanas. Assim, às seis horas da manhã ainda está meio escuro na Praça do Carmo, encravada entre antigas e já depredadas construções do Bairro Cidade Velha em Belém do Pará. Alguém se imagina levantando antes das seis horas da manhã e indo até a praça conversar com pessoas amigas? Pois é. Há quem faça isso.

Afinal de contas, é provável que você goste do bairro onde mora, quer conversar com os vizinhos da outra rua, trocar umas idéias rapidamente e até sondar solução de problemas ou apenas estar com as pessoas porque isto é bom para todos. O ser humano é gregário, gosta de ficar junto, fazer grupos.

Agora imagine que, além disso, você ainda pudesse manter ou melhorar sua saúde geral fazendo exercícios tranquilos que se propõem a lhe acalmar os nervos, que lhe melhoram a postura, agilidade, concentração e percepção de si e do mundo.

Os atores

Pois é! Isso existe e é o que fazem o Pepa, a Cleide, Dulce, Margarete, Jacira, Ana, Sônia e o Fernando. É esse grupo que, para exercitar seu CiVViva Tai Chi Chuan&Chi Kung, se reúne toda segunda, quarta e sexta naquela praça, às seis horas da manhã .

CiVViva é sigla da Associação Cidade Velha Cidade Viva, uma entidade criada por moradores do Bairro Cidade Velha para defender os interesses da comunidade local que apoia a prática do Tai Chi Chuan&Chi Kung .

da esq. Margarete, Dulce, Pepa, Cleide, Jacira e Ana
Ao fundo a Casa das 11 Janelas

O palco

ao fundo a imensidão da Baia do Guajará
Após alguns meses de prática o grupo resolveu fazer uma sessão de Tai Chi Chuan noutro local do Bairro Cidade Velha. E lá foram eles. Subiram a Siqueira Mendes, primeira rua de Belém e na Casa das 11 Janelas viraram à esquerda. Desceram até a calçada na beira do rio e lá se estabeleceram por quase uma hora.

um grande pássaro brindo suas asas
A cena

Os sentidos, talvez aguçados pela prática do Tai Chi Chuan, fazem o lugar que já é bonito ficar mais bonito ainda. De lá podem ser vistos barcos cruzando a água, a silhuetas de algumas ilhas, garças cruzando o céu ou pousadas sobre a grossa corda que amarra o barco exposição da Marinha que lá fica estacionado. O chuêê chuáá das pequenas ondas nas pedras soa musical para o grupo. O ar da manhã ribeirinha, purificado pela noite fresca, sugere fragrâncias inebriantes. As práticas do Tai Chi Chuan se iniciam com as pessoas voltadas para leste onde, em plano mais elevado, assomam as velhas torres da catedral de Belém. E assim se passaram 45 minutos.

Chicotada

Momentos como esses ajudam a dar mais valor ao simples fato de viver.