CiVViva Tai Chi Chuan no quintal da Casa das 11 Janelas

A trama

Há uma época do ano em que o sol demora um pouco para escalar os prédios e aparecer em algumas áreas urbanas. Assim, às seis horas da manhã ainda está meio escuro na Praça do Carmo, encravada entre antigas e já depredadas construções do Bairro Cidade Velha em Belém do Pará. Alguém se imagina levantando antes das seis horas da manhã e indo até a praça conversar com pessoas amigas? Pois é. Há quem faça isso.

Afinal de contas, é provável que você goste do bairro onde mora, quer conversar com os vizinhos da outra rua, trocar umas idéias rapidamente e até sondar solução de problemas ou apenas estar com as pessoas porque isto é bom para todos. O ser humano é gregário, gosta de ficar junto, fazer grupos.

Agora imagine que, além disso, você ainda pudesse manter ou melhorar sua saúde geral fazendo exercícios tranquilos que se propõem a lhe acalmar os nervos, que lhe melhoram a postura, agilidade, concentração e percepção de si e do mundo.

Os atores

Pois é! Isso existe e é o que fazem o Pepa, a Cleide, Dulce, Margarete, Jacira, Ana, Sônia e o Fernando. É esse grupo que, para exercitar seu CiVViva Tai Chi Chuan&Chi Kung, se reúne toda segunda, quarta e sexta naquela praça, às seis horas da manhã .

CiVViva é sigla da Associação Cidade Velha Cidade Viva, uma entidade criada por moradores do Bairro Cidade Velha para defender os interesses da comunidade local que apoia a prática do Tai Chi Chuan&Chi Kung .

da esq. Margarete, Dulce, Pepa, Cleide, Jacira e Ana
Ao fundo a Casa das 11 Janelas
O palco

ao fundo a imensidão da Baia do Guajará
Após alguns meses de prática o grupo resolveu fazer uma sessão de Tai Chi Chuan noutro local do Bairro Cidade Velha. E lá foram eles. Subiram a Siqueira Mendes, primeira rua de Belém e na Casa das 11 Janelas viraram à esquerda. Desceram até a calçada na beira do rio e lá se estabeleceram por quase uma hora.

um grande pássaro brindo suas asas
A cena

Os sentidos, talvez aguçados pela prática do Tai Chi Chuan, fazem o lugar que já é bonito ficar mais bonito ainda. De lá podem ser vistos barcos cruzando a água, a silhuetas de algumas ilhas, garças cruzando o céu ou pousadas sobre a grossa corda que amarra o barco exposição da Marinha que lá fica estacionado. O chuêê chuáá das pequenas ondas nas pedras soa musical para o grupo. O ar da manhã ribeirinha, purificado pela noite fresca, sugere fragrâncias inebriantes. As práticas do Tai Chi Chuan se iniciam com as pessoas voltadas para leste onde, em plano mais elevado, assomam as velhas torres da catedral de Belém. E assim se passaram 45 minutos.

Chicotada

Momentos como esses ajudam a dar mais valor ao simples fato de viver.

CiVViva Tai Chi Chuan no Colégio do Carmo

O Colégio Salesiano do Carmo, na Cidade Velha, aqui em Belém do Pará, realizou hoje, 17.05.08, sábado, pela manhã, uma festa da família. Dentre as atividades da festa havia oficinas, sendo que uma delas era de CiVViva Tai Chi Chuan.

Nós, do grupo CiVViva Tai Chi Chuan, fomos convidados para fazer apresentação e estávamos bem preparados, pois a Diretora Pedagógica do Colégio, Professora Maricleide Gonçalves, nos convidara há quinze dias e de lá para cá praticamos bastante.

Muitas pessoas participaram conosco. Havia idosos, adultos, jovens e crianças fazendo CiVViva Tai Chi Chuan. E havia nosso grupo, com as presenças da Cleide, Dulce, Fernando, Jacira e Pepa, sendo que a Dulce, na hora “h”, preferiu atuar como observadora. Fomos com a camisa “Paz na Cidade Velha” que se encaixou perfeitamente ao espírito do evento e do local onde estávamos.

Após a apresentação muitas pessoas fizeram depoimentos favoráveis, parabenizaram nosso grupo e perguntaram onde e como poderiam praticar conosco. Houve até um senhor que me convidou para ministrar Tai Chi Chuan a funcionários do Detran, ao lado do Estádio Olímpico do Mangueirão. Expliquei a ele que eu morava por aqui por perto da Cidade Velha e que a mim seria muito custoso fazer o deslocamento retineiro para lá. De qualquer modo deixei a ele e a outros nosso convite para participar conosco nas vivências de segundas, quartas e sextas às seis da manhã na Praça do Carmo.

Os funcionários do Colégio do Carmo, alunos, pais, mães, professoras e professores nos trataram com muito carinho, de modo que nos sentimos bastante bem por termos participado com eles daquele encontro com a família. A mim, particularmente, é sempre doce a emoção de circular por páteos e corredores de colégios como o Carmo, pois eu, meus filhos e filhas e um meu neto queridíssimo estudamos em colégios assim.

Foi muito interessante, também, ouvir as músicas do CD Beyond Rangoon troando no páteo do Colégio enquanto desenvolvíamos as seqüências Abrindo as Portas do Templo, o Exercício dos Cinco Elementos e o Tai Chi Chi Kung de Quinze Formas. Fica aqui, então, um agradecimento especial à pessoa que cuidou do som para nós.

Quiçá possamos participar de outros eventos desse tipo, afinal, sendo artistas, gostamos de divulgar nossa arte.

reeditado em 21.05.08 para inclusão do endereço de foto alusiva ao acontecimento.

reedidado em 28.05.07 para substituir o link que não estava funcionando pela imagem. O link era http://www.educacional.com.br/escolas/mural/lenoticia.asp?id=234188

AS 24 FORMAS DO TAI CHI CHUAN - Nomenclatura

A história das 24 formas de Tai Chi Chuan pode ser buscada aqui mesmo na Internet. Um dia destes faço uma busca e coloco os resultados e as fontes. Por ora apenas disponibilizo os nomes dos vários movimentos que compõem as 24 formas.

É bom saber que esses nomes são traduções e que essas traduções não vieram direto do Chinês para o Português. Passaram primeiro por alguma outra língua eruropéia para depois serem traduzidos para o Português. Esse percurso pode agregar algumas inconsistências à nomenclatura. Quem sabe um dia poderemos ir à fonte e passar tudo a limpo.

Outra observação necessária é que esses nomes que aqui estão vêm de fontes diversas. A minha fonte primária é o professor Adelino Monteiro, meu Mestre de Tai Chi Chuan. Outras fontes são os livros que tenho e que um dia destes listarei aqui. Vamos aos nomes.
1. Movimento Inicial

2. Acariciando a crina do cavalo selvagem

3. Garça branca abre as asas

4. Esfregando o joelho

5. Tocando Alaúde

6. Andando para trás e repelindo o macaco

7. Acariciando cauda do pássaro à esquerda

8 .Acariciando a cauda do pássaro à direita

9. Primeira chicotada

10. Mãos que se movem como nuvens

11. Segunda chicotada

12. Acariciando o pescoço do cavalo

13 Estirando o calcanhar do pé direito

14. Soco com ambas as mãos

15. Estirando o calcanhar do pé direito

16. Serpente que rasteja e galo dourado numa perna – esquerda

17. Serpente que rasteja e galo dourado numa perna – direita

18. Lançadeira

19. Agulha no fundo do mar

20. Leque

21. Venerável ancião cerrando as portas

22. Desvio e soco

23. Cruzando as mãos

24. Finalização

Na foto os praticantes da CiVViva mostram o exercício 14- Soco com ambas as mãos.

Praticar CiVViva Tai Chi Chuan com elegância

Praticar Tai Chi Chuan é, também, busca de integração com a natureza. São movimentos com nomes de animais, referências a cenas celestes ou terrestres, enfim, propostas de intuições ligadas a elementos da natureza.


Primeira Chicotada. Cleide, Pepa, Dulce, Jacira, Ana e Margarete
Baseadas, talvez, nesse quadro muitas pessoas que praticam Tai Chi Chuan gostam de usar roupas singelas, leves, de modo a estarem o mais próximo possível daquilo que há de mais natural no ser humano. Não se usam jóias, relógios, colares, etc. O ensinamento "oficial" é de que se evite o uso de roupas e/ou objetos que interfiram na livre circulação da energia.

Isto não quer dizer, porém, que se deva praticar Tai Chi Chuan mal arrumado. Alguma elegância precisa ser praticada, também. E é exatamente esse o caso da atleta de Tai Chi Chuan, Dulce Rosa. Na sessão de 05.05.08, para se proteger de irritação na garganta ela utilizou bela peça de tecido semelhante a um cachecol - italiano creio(*). Aí está ela a executar o movimento da "primeira chicotada", agora com a peça à moda de lenço na cabeça.
Como eu disse, praticar naureza é preciso, mas com classe.
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(*) posteriormente soube, da própria atleta, que aquela peça é uma echarpe e que se diferencia do cachecol porque este é feito de lã, e ainda, que o que ela usa na foto é brasileiríssimo e, surpresa minha, feito por ela mesma.

Agarrar a cauda do pássaro à esquerda

Na seqüência, após "andando para trás", nas 24 formas, Pepa, Margarete, Cleide, Jacira e Dulce, executam o "agarrar a cauda do pássaro pela esquerda"