quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Estávamos preparados para os cinco minutos finais do encontro de hoje. Iríamos fotografar os primeiros movimentos da forma maior, quando aparece a Dulce. Como ela sempre traz novidades da administração da CiVViva, todos paramos para ouvi-la.
Desta vez ela falou de um site http://www.arscives.com/beijing2008/Default.asp que ela nos passara por e-mail, site esse em que o autor esmiuçou os referenciais históricos retratados pela abertura das olimpíadas 2008 em Pequim.

O Pepa, ficou meio de lado e perguntou qual o movimento a ser feito. Então, nós dois combinamos que ele faria uma serpente que rasteja contrastando com os outros que estavam batendo papo.
Assim, mostraríamos um dos motivos porque ele é considerado um dos praticantes em nível avançado: treinamento!
Pepa, Ana, Cleide,Jacira e Dulce











segunda-feira, 8 de setembro de 2008


Jacira dá um passo e cruza as mãos

Os movimentos do Tai Chi Chuan & Chi Kung, embora tenham nomes sugestivos, em si mesmos, usualmente, não possuem significados bem definidos. Movimentos carregados de significados definidos a priori são exceções. É o caso, por exemplo dos movimentos da forma “abrindo as portas do templo” em que, imagéticos, a cada gesto se associam palavras definidas anteriormente: o sol nasce, eu abro as portas do templo, a energia se espalha, eu a recolho e armazeno.

Já movimentos como o acariciando a crina do cavalo selvagem, estirando o pé direito, donzela tecendo e empurrando a naveta, etc, podem ser impregnado de significados outros que não exatamente aqueles sugeridos pelos nomes. É claro que os nomes dos movimentos fornecem já belas sugestões de significados que podem ser assumidos pela pessoa. Todavia, dado que não há interesse em padronizar as mentes das pessoas, que cada um tem uma história de vida e quer preservá-la e continuar com sua individualidade, devem mesmo os movimentos ter seus significados atribuídos por cada praticante.

O instrutor fornece os nomes – facilmente obteníveis hoje na Internet – e mostra o movimento, mas o praticante, ao se assenhorar do movimento e do nome, atribui significado que tem algum valor emocional a ele, praticante. E aqui o instrutor pode até ajudar sublinhando alguma sugestão de insight, mas o trabalho interior mesmo quem realizará é o praticante.

Como é um pouco difícil explicar por palavras esse fenômeno da atribuição de significado aos movimentos, vejam o exemplo proporcionado pela Jacira (foto). Ele auxiliará em muito o entendimento do processo.

Jacira buxcando a agulha no fundo do mar
Ela contou, a propósito do movimento de buscar agulha no fundo do mar, que, quando seu pai era criança, morava numa casa na Ilha do Marajó. As casas do local, palafitas, como em grande parte da Amazônia, são elevadas do solo, construídas sobre estacas de madeira, de modo que ao subirem as águas, a casa fica a salvo. A salvo das águas, do solo lamacento e até de algum animal curioso.

Estava o pai da Jacira, então menino ainda, brincando com um agulha e ela escorrega de sua mão indo cair na lama lá em baixo. A mãe ao saber do fato manda o menino buscar a agulha na lama. O moleque passa o dia procurando e, sem sucesso, recebe o corretivo padrão da época, uma surra de tirar o fôlego, daquelas que vão muito além da correspondente gravidade da falta. A surra foi tão feia que um dos parentes leva a criança ao juizado, etc. Até hoje ele se lembra do fato e conta para a filha Jacira.

Ela, Jacira vem praticar Tai Chi Chuan e se depara com um movimento que tem o nome “buscar a agulha no fundo do mar”. É criada assim a ligação entre o movimento, o rótulo padrão e uma situação familiar de alto conteúdo emocional relacionado à vida da praticante. O movimento passou a ter um significado específico para ela, algo que tem ressonância em seu interior, que tem conteúdos vívidos e particulares.


E assim cada praticante irá, naturalmente, atribuindo significados próprios ao Tai Chi Chuan & Chi Kung que praticam.






domingo, 7 de setembro de 2008

Origem do Tai Chi Chuan

Até o momento não há informação segura sobre a origem do Tai Chi Chuan.

Afora referências a informações documentais mais recentes, século XVII em diante, o resto são lendas que se mesclam com vultos da história e da mitologia da China antiga.


Entretanto, talvez como forma de eliminar o desconforto de praticar uma arte de origem não sabida, disseminam-se idéias sobre ter o Tai Chi Chuan se originado a partir da observação e imitação por um sábio taoísta de movimentos de animais selvagens ou que tenha sido transmitido em sonhos ao mesmo sábio que o teria praticado e ensinado. Essas lendas são contadas frequentemente em textos sobre origem do Tai Chi Chuan.



Outra possibilidade é dada por BruceTegner(1) que suspeita que os lutadores de Wushu desenvolveram uma maneira econômica de treinar entre uma luta e outra, sem desgaste de energia.

Seja como for, quando se fala em origem do Tai Chi Chuan, escreve-se muito, mas informação qualificada mesmo não se consegue.


Enquanto essas coisas não se resolvem, as pessoas vão praticando, como nas fotos, a Dulce, Nagibe, Margarete e Ana


(1)Bruce Tegner. Guia Completo de Kung Fu e Tai Chi 370 movimentos ilustrados com fotos. Ed. Record. pg 105

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Agulha no fundo do mar

A partir da esquerda a Cleide, Nagibe, Ana, Margarete, Pepa, Jacira e Ana, executando a monobra "procurando agulha no fundo do mar". Esse exercício é um dos poucos em que o praticante se permite alterar o grau de flexão dos joelhos e, ainda, alguma flexão do tronco na altura dos quadris.
Logo, porém todos retornam à posição natural do corpo.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

As 15 formas do Chi Kung da CiVViva

Posição e movimentos iniciais (esta não entra na contagem)

01. Regulando a respiração e acalmando a mente

02. Carregando a lua

03. Carregando bolas nos lados

04. Epurrando a montanha com as mãos

05. Montado no cavalo e abrindo as nuvens

06. Pássaro grande abrindo as asas

07. Dragão vermelho esticando suas garras

08. Mergulhando uma bola flutuante

09. Massageando uma bola nos lados

10. Pavão abrindo as asas

11. Grou branco abrindo as asas

12. Montado num cavalo selvagem e partindo sua crina

13. Circulando a lua

14. A agachando e levantando

15. Finalização

Nomenclatura ligeiramente adaptada a partir de material didático foi fornecido por meus professores de Chi Kung, ao final da década de 90 do século passado, casal Yumi Kono Pinheiro e José Pinheiro. Meus agradecimentos e votos de vida feliz para vocês e familiares.
Nas fotos a seguir o Pepa, Cleide, Jacira, Ana Dulce e Margarete mostram várias fases do movimento "Finalização"
o inicio do movimento



uma fase intermediária em que os braços traçam dois grandes círculos

e uma fase final em que as mãos se juntam na região anterior da cintura, depois traçam meio círculo cada uma, da região anterior até os altura dos rins e voltam a se juntar na região anterior.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Dentre os assuntos tratados na última sessão, surgiu a questão dos nomes dos movimentos. Sabe-se que as traduções dos nomes só vêm para o Português depois de passar por alguma outra língua como Alemão, Inglês, Espanhol, etc.

Se a simples tradução do Chinês para o Português já incluiria distorções, então, a passagem por outra língua antes do Português gera mais distorções ainda.

Além disso há a questão da licenciosidade com que é tratada uma arte que se alastra pelo mundo ao sabor da individualidade dos praticantes.

É claro que os sistemas de comunicação atuais são abrangentes e rápidos, o que permite certo grau de concordância entre as variações. É salutar, porém, estar sempre atento a possibilidade de distorções entre o que foi construído na origem - China - e o que hoje se pratica como Tai Chi Chuan nos quatro cantos do mundo. Sabe-se, também, que na própria China o Tai Chi Chuan possui variantes diversas.

Mas voltando à vaca fria, na sessão de 01.09.08 foi tratado especificamente do movimento denominado "Agulha no fundo do mar". Uma variação do nome, de que não posso precisar a origem é "Agulha no fundo do poço" . E nós lá brincamos, ainda, de "Agulha no fundo da Baía do Gajará" ou "Agulha no fundo do Igarapé".
Na foto a Jacira, uma das ativas praticantes do CiVViva Tai chi Chuan & Chi Kung, mostra, com muita classe, o movimento "Procurar Agulha no Fundo do Mar"



Depois de ter mostrado como é a Jacira observa a turma fazendo o movimento da Agulha
Vê-se, a partir da esquerda, Cleide, a Nagibe, Ana, Margarete, Pepa, Jacira em pé e Dulce.
E assim vai o CiVViva Tai Chi Chuan & Chi Kung.